terça-feira, 18 de setembro de 2012

EUA x Irã - A guerra para manter vivo o Petrodólar


Qualquer retórica sobre o programa nuclear do Irã e da insistência em seu desenvolvimento não é nada mais do que uma tentativa dos EUA de forçar a mudança de regime, para um submisso na manutenção da hegemonia dos petrodólares.

O mundo agora sabe a verdade sobre os EUA e como eles conduzem seus negócios. As hostilidades dos EUA em relação ao Irã não têm nada a ver com o desenvolvimento de armas nucleares. Se fosse esse o caso, então a Coreia do Norte e Paquistão estariam enfrentando sanções semelhantes e
ameaças, mas não estão. A diferença, claro, é o que se encontra abaixo do solo - petróleo. No centro da questão não é a duvidosa tentativa do Irã de construir armas nucleares ou nem mesmo o próprio petróleo, mas sim como o petróleo é pago.

Em 1973, Richard Nixon prometeu ao rei Faisal da Arábia Saudita de que os EUA iriam proteger os campos de petróleo da Arábia Saudita de qualquer um que se atrevesse a toma-los à força da Casa de Saud. Em troca, a Arábia Saudita, e por extensão a OPEP, concordou em vender seu petróleo apenas em dólares dos EUA. Como se isso não fosse suficientemente doce, como parte do acordo, eles foram obrigados a investir seus lucros em contas, títulos e papeis dos EUA. A jogada real é que todos os países compradores de petróleo da OPEP teve que fazê-lo em dólares dos EUA, ou "petrodólares".
Isso fortaleceu o dólar dos EUA, resultando em um constante ciclo de crescimento econômico dos
EUA ao longo da década de 80 e 90. Países compradores de petróleo da OPEP começaram a comprar títulos do Tesouro dos EUA, títulos e valores mobiliários para garantir que eles poderiam continuar a comprar petróleo da OPEP.

Em 2001, entra Saddam Hussein. Ele lançou um plano de vender petróleo em euros, em vez de petrodólares. Pouco depois o Iraque foi "de repente" acusado de fabricar e estocar armas de destruição em massa - alegações lideradas pelos EUA. O mundo sabe o que aconteceu, basta dizer que Saddam está morto e o Iraque agora está "nos trilhos", vendendo seu petróleo em petrodólares mais uma vez.

A situação do Irã é um pouco mais complicada. Os EUA têm procurado derrubar o regime do Irã desde a Revolução Iraniana de 1979, mas esta nova onda de hostilidades, embora não sendo novas, reflete um novo nível de intensidade.
Por que, após 30 anos de hostilidade,os EUA aumentaram a sua retórica?
A resposta, claro, é que o Irã está agora a tentar afastar-se da dinâmica de petrodólares. Em 2005, o Irã procurou criar uma bolsa de petróleo do Irã, ignorando assim os petrodólares controlados pelos EUA. O medo de que as potências ocidentais pudessem congelar as suas contas em bancos europeus e Londres colocou fim a esse plano.

Mas isso não foi o fim de suas tentativas, o Irã buscou outras maneiras para contornar o laço dos petrodólares. Há rumores de que a Índia, que importa 12% do seu petróleo do Irã, concordou em comprar petróleo e pagar em ouro. As relações comerciais com a China, que importa 15% do seu petróleo e gás natural do Irã poderiam ser liquidados em ouro, yuan, e rial.
Coréia do Sul planeja comprar 10% do seu petróleo do Irã em 2012, e ao menos que hajam sanções americanas e europeias contra Seul, é provável que use ouro ou sua moeda soberana para pagar por este. Além disso, o Irã já está bloqueando o dólar no seu comércio com a Rússia e negociando em mercadorias e rublos.

Se o Irã for bem sucedido em sua tentativa de criar a sua própria negociação, ou troca de petróleo, então qual a necessidade para o mundo de todos aqueles dólares dos EUA? A resposta é -nenhuma-.
Como o Irã está criando parcerias em ouro e moedas soberanas com a Índia, China, Coréia do Sul e Rússia, a hegemonia dos petrodólares será destruída.

O resultado é a quebra dos dólares dos EUA, T-bills, títulos, obrigações e títulos vão inundar a economia mundial que já está inchada com dólares, o que diminuiria ainda mais seu valor, em última análise, desvalorizando-o até uma posição onde hiper-inflação torna-se um risco. Assim, enquanto o governo dos EUA bate os chocalhos e tagarela sobre armas nucleares e a ameaça que o Irã representa para o Oriente Médio, a fina camada de mentiras que jorra pela mídia controlada pela elite está sendo arrancada, revelando a verdade de sua retórica belicista .

http://rt.com/news/iran-attack-us-allegations-243/

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