domingo, 30 de setembro de 2012

10 Razões pelas quais o dólar como moeda global está prestes a chegar ao fim

O dólar dos EUA passou a ser referência em todo o mundo como a principal moeda global. Durante décadas, o uso do dólar tem sido absolutamente dominante no comércio internacional. Isso resultou em enormes benefícios para o sistema financeiro dos EUA e possibilitou o governo dos EUA exercer tremenda influencia ao redor do globo. Mas há grandes mudanças no horizonte. Os principais meios de comunicação têm sido silenciosos sobre isso, mas algumas das maiores economias do mundo têm vindo a fazer acordos entre si para se livrar do dólar. Instituições internacionais como a ONU e o FMI emitiram relatórios sobre a necessidade de se afastar do dólar em direção a formação de uma nova moeda internacional. Assim, o reinado do dólar como moeda de reserva mundial está definitivamente terminando, e a mudança vai ter enormes implicações para o sistema financeiro mundial.

Muito disso está sendo incetivado pela China. Este país tem a segunda maior economia do planeta, e o tamanho da economia chinesa deve ultrapassar os EUA em 2016. De fato, um economista previu que a economia chinesa será três vezes maior que dos EUA até o ano 2040.

Assim, os chineses, com muita razão, estão se perguntando por que o dólar deve permanecer como a principal moeda mundial se eles estão prestes a se tornar a economia número um do planeta.
Ao longo dos últimos anos outras potências internacionais como a Rússia e China tem feito silenciosamente acordos para se livrar do dólar no comércio internacional. A supremacia do dólar não era tão sólida quanto se pensava.
A seguir estão 10 razões pelas quais o reinado do dólar como moeda de reserva global está prestes a chegar ao fim…

1 – Japão e China estão abandonando o dólar no comércio bilateral
Poucos meses atrás, a segunda maior economia do mundo (China) e a terceira maior economia do mundo (Japão) fecharam um acordo que irá promover a utilização de suas próprias moedas (em vez de dólar dos EUA) no comércio bilateral. Este acordo extremamente importante foi praticamente ignorado pela mídia. A seguir um relatório da BBC sobre esse acordo.
China e Japão anunciaram planos para promover conversão direta de suas moedas em uma tentativa de cortar os custos operacionais para as empresas e impulsionar o comércio bilateral entre os dois países.
O acordo permitirá ás empresas converter a moeda chinesa e japonesa diretamente sem o uso do dólar.
Atualmente as empresas de ambos os países precisam comprar dólares antes de convertê-los para a moeda desejada, acrescentando custos adicionais.
2 – BRICS anunciam planos de usar moeda local

Os representantes dos BRICS assinaram um acordo geral sobre a concessão de créditos na moeda nacional dos respetivos países membros e um acordo multilateral sobre a homologação das cartas de crédito. A cerimônia de assinatura teve lugar no final da cúpula de Nova Deli na presença dos chefes de Estado do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A seguir, a partir de uma fonte de notícias da Índia…
As cinco principais economias emergentes do mundo, BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul – decidiram injetar maior dinamismo econômico em seu grupo através da assinatura de dois pactos para a promoção do comércio intra-BRICS na Quarta Cúpula nesta quinta-feira.
Os dois acordos que permitirão Linha de Crédito em moeda local para as empresas de países BRICS será assinado na presença dos líderes dos cinco países, Sudhir Vyas, secretário (relações econômicas) no ministério de assuntos externos, disse aos repórteres.
Os pactos são esperados para ampliar o comércio intra-BRICS que vem crescendo a uma taxa de 28 por cento ao longo dos últimos anos, mas US$ 230 bilhões permanece muito aquém do potencial das cinco potências econômicas.
3 – O acordo de moedas Rússia / China
Rússia e China têm vindo a utilizar suas próprias moedas nacionais ao negociar um com outro por mais de um ano. Líderes da Rússia e China têm defendido uma nova moeda de reserva internacional por vários anos, e ambos os países parecem muito determinados a quebrar o monopólio que o dólar norte-americano detém sobre o comércio internacional.

4 – O uso crescente da moeda chinesa em África
Em 2009, a China tornou-se o maior parceiro comercial da África, e a China está buscando expandir agressivamente o uso de sua moeda naquele continente.
Um relatório do maior banco da África, Standard Bank, afirmou recentemente o seguinte…
”Esperamos desenvolver pelo menos US$ 100 bilhões (cerca de R768 bilhões) em comércio Sino-Africano a ser liquidada em renminbi em 2015”
China parece estar determinado a mudar a maneira como o comércio internacional é feito. Neste momento, cerca de 70 mil empresas chinesas estão usando a moeda chinesa em suas transações transfronteiriças.

5 – Emirados Árabes Unidos e China fecham um acordo para abandonar o dólar
China e Emirados Árabes Unidos fecham um acordo para abandonar o dólar dos EUA e usar suas próprias moedas nas transações de petróleo entre si.
Os Emirados Árabes Unidos é um jogador muito pequeno, mas é definitivamente uma ameaça para o sistema de petrodólares. O que irá acontecer com petrodólares se outros países produtores de petróleo no Oriente Médio seguir o mesmo exemplo?

6 – Irã
O Irã tem sido uma das nações mais agressivas quando se trata de isolar o dólar dos EUA no comércio internacional. Por exemplo, foi relatado que a Índia vai usar o ouro para comprar o petróleo do Irã.
As tensões entre os EUA e o Irã não podem ser resolvidos tão cedo, e é provável que o Irã continue a fazer o que pode para infligir dor aos EUA no mundo financeiro.

7 –  Arábia Saudita e China
Quem importa mais petróleo da Arábia Saudita?
Não é Estados Unidos.
Pelo contrário, é a China!
Como escrevi outro dia, a China importou 1,39 milhão de barris de petróleo por dia da Arábia Saudita, em fevereiro, que representa um aumento de 39 por cento em relação ao ano anterior.
Arábia Saudita e China uniram-se para construir uma nova refinaria de petróleo massiva na Arábia Saudita, e os líderes de ambas as nações estão trabalhando estreitamente para expandir agressivamente o comércio entre as duas ações.
Então, quanto tempo a Arábia Saudita vai continuar a negociar com petrodólares se a China é o seu cliente mais importante?
Essa é uma pergunta muito importante.

 8 – A ONU tem pressionado por uma Nova Moeda de Reserva Internacional
As Nações Unidas tem emitido relatórios que clamam abertamente uma alternativa ao dólar como moeda de reserva internacional.
Em particular, um relatório da ONU prevê ”um novo sistema de reserva global” em que os EUA não tem mais o domínio…
”Um novo sistema de reserva mundial poderia ser criado, que já não depende do dólar dos Estados Unidos como a única moeda de reserva importante.”
9 – O FMI está pressionando por uma nova moeda mundial de reserva
O Fundo Monetário Internacional publicou uma série de relatórios que pedem a substituição do dólar dos EUA por uma nova moeda de reserva internacional.
Em particular, um documento do FMI intitulado “Reserve Accumulation and International Monetary Stability” que foi publicado um tempo atrás, na verdade, propôs que a futura moeda mundial ser chamada de ”Bancor” e que um futuro banco central global poderia ser colocado no comando de sua emissão…
”Uma moeda global, bancor, emitido por um banco central global (ver Suplemento 1 º, inciso V) seria concebido como reserva de valor estável , isto é não está ligado exclusivamente ás condições de uma economia em particular. Como o comércio e as finanças continuam a crescer rapidamente e aumenta a integração global, a importância dessa perspectiva mais ampla é esperada para continuar crescendo.”
10 – A maioria do resto do mundo odeia os Estados Unidos
A visão mundial dos EUA mudou drasticamente, e isso não deve ser subestimada.
Hoje os EUA são tão impopular que muitas nações se sentem incentivadas a destruir o dólar no comércio internacional.
Então o que vai acontecer se o reinado do dólar dos EUA como moeda de reserva internacional chegar ao fim?
Bem, alguns dos potenciais efeitos foram descritos em um artigo recente de Michael Payne…
”A queda do dólar também trará mudanças radicais no estilo de vida americano. Quando este tsunami econômica atingir a América,  fará a recessão de 2008 olhar como um ligeiro solavanco na estrada. Ele trará mudanças muito indesejáveis ao estilo de vida americano através da inflação maciça, altas taxas de juros das hipotecas e carros, e aumentos substanciais no custo de alimentos, roupas, gasolina e produtos importados, que terá um efeito duradouro e profundante negativo sobre cada aspecto de nossas vidas.”
Hoje, a América consome quase um quarto do petróleo do mundo. Toda a economia norte-americana é completamente dependente da capacidade de transportar petróleo e mercadorias baratas através de grandes distâncias.
Então o que vai acontecer se o preço da gasolina e produtos importados duplicar ou triplicar de preço?
Além disso, se o reinado do dólar chegar ao fim, muitos países vão ter maiores dificuldades para financiar suas dívidas.
No momento, o sistema financeiro mundial está centrado nos Estados Unidos.
Mas isso não será sempre o caso.
Claramente, todas as condições são favoráveis para um movimento longe do dólar no comercio internacional.
Então, quando a grande mudança irá acontecer?
Só o tempo dirá.

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