terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O maior roubo de ouro da História - HD PTBR

Há mais de 100 anos, o mundo foi submetido à exploração deste metal com as estratégias mais engenhosas e gananciosas. As reservas mundiais desse metal, apesar das aparências e convicções, estavam praticamente vazias até pouco tempo. Vários países estão repatriando ou comprando ouro. Entenda o porque



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Nova ordem econômica: o lastro do ouro é relançado

Para Bird, mundo precisa de um novo sistema para suceder o regime de trocas flutuantes em vigor desde o final, em 1971, da convertibilidade do dólar em ouro

 O ouro, que perdeu seu papel de padrão nas trocas intenacionais há 40 anos, começa a desempenhar um novo papel na nova ordem mundial que será debatida por chefes de Estado de grandes países emergentes e desenvolvidos do G20, afirmou o presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick.

Em artigo publicado antes da cúpula do G20 em Seul (Coreia do Sul), Zoellick afirma que o mundo precisa de um novo sistema para suceder ao que ele chama de "Bretton Woods II", o regime de trocas flutuantes em vigor desde o final, em 1971, da convertibilidade do dólar em ouro.

Segundo o presidente do Bird, este novo quadro "deveria incluir o dólar, o euro, o iene, a libra esterlina e o yuan".

Mas "o sistema deveria também considerar empregar o ouro como um ponto de referência internacional ligado às previsões do mercado e de valor futuro das moedas", lançou o jornal britânico Financial Times nesta segunda-feira.

"A ideia é utilizar o ouro como um novo indicador de inflação", descreveu Cédric Tille, professor de economia no Instituto de Altos Estudos Internacionais e do Desenvolvimento de Genebra.

A onça do ouro subiu nos últimos dias a níveis nunca antes atingidos, ultrapassando pela primeira vez nesta segunda-feira o patamar de 1.400 dólares, sustentado pelo enfraquecimento do dólar suscitado pelo anúncio de medidas de retomada econômica do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

A ideia de "reintroduzir o ouro no sistema" não é, em si, mau, considera Jean Pisani-Ferry, diretor do Bruegel.

"No sistema monetário atual, os bancos centrais vigiam as taxas de inflação, ancorada nos preços dos bens, mas não vigiam os preços globais de matérias-primas", explica. Numa reforma do sistema, tal como o preconizado por Zoellick, "poderiam também reagir em função das variações dos preços do ouro", acrescenta o economista.

De passagem, Pisani-Ferry destaca que as propostas do presidente do Bird são, antes de mais nada, "políticas": no dia seguinte da derrota dos democratas nas eleições de metade do mandato nos Estados Unidos, "ele se dirige aos republicanos, que são tradicionalmente muito interessados no ouro".

Mas os economistas não imaginam uma volta completa ao padrão ouro. "Não é a oferta do ouro que pode regular o crescimento atual", segundo o diretor do Bruegel. "Vimos os limites deste tipo de sistema", complementa René Defossez, analista da casa Natixis.

O sistema monetário lastreado no ouro ruiu no começo da Primeira Guerra Mundial, com os países não dispondo mais de reservas suficientes do metal precioso para trocar contra o excesso de divisas impressas pelos governos.

O padrão ouro regrediu então até que os Estados Unidos puseram fim, em 1971, à convertibilidade em ouro do dólar.

"Um tal sistema tem a desvantagem de ser submetido à extração do metal", destaca Gunther Cappelle-Blancard, professor da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne. "E o ouro está relativamente mal distribuído no planeta, o que daria um peso muito importante aos países que o produzem", acrescentou.

Para este economista, retornar ao padrão ouro seria, além disso, "uma reforma estrutural difícil de executar".

"O sistema atual não é de todo mau, embora nem todos joguem o mesmo jogo", considera ele, defendendo, antes de tudo, um "reforço da cooperação com a China para que o país reajuste sua taxa de câmbio".

(fonte AFP)

O padrão-ouro e os ciclos de expansão e depressão


Comecemos com uma economia de escambo. João o minerador produz dez onças de ouro. A razão pela qual ele escava minas à procura de ouro é porque ele crê que haja um mercado para o produto. O ouro contribui para o bem-estar dos indivíduos. Ele troca suas dez onças de ouro por vários outros bens como batatas e tomates.
Observe que o fato de João poder trocar seu ouro por outros bens significa que o ouro oferece benefícios aos compradores. (Por exemplo, as pessoas utilizam ouro para fazer jóias).
 Com o tempo, as pessoas descobrem que o ouro, além de ser utilizado para fazer jóias, também é útil para algumas outras aplicações. Elas agora atribuem um valor de troca ao ouro muito maior do que antes. Como resultado, João o minerador pode agora trocar suas dez onças de ouro por mais batatas e tomates.

Deveríamos condenar isso como sendo uma notícia ruim pelo simples fato de João agora estar atraindo mais recursos para si próprio? É claro que não, até porque isso é exatamente o que acontece a todo o momento no mercado. Com o passar do tempo, as pessoas atribuem uma importância maior a alguns bens e diminuem a importância dada a alguns outros bens. Alguns bens passam a ser considerados mais importantes do que outros bens em termos da assistência e do bem-estar que propiciam.

E mais adiante, suponha que as pessoas descobrem - como inevitavelmente irão - que o ouro é útil para um outro uso específico: servir como meio de troca. Isto, consequentemente, vai valorizar o ouro (aumentar o seu preço) em termos de tomates e batatas. A demanda mais notória do ouro, nesse momento, é por sua função como meio de troca. A demanda por suas outras funções - isto é, para ornamentações - é agora muito menor do que antes.
O benefício que o ouro agora confere às pessoas é o de fornecer os serviços de meio de troca.
Nesse sentido, o ouro passa a fazer parte do conjunto da riqueza real das pessoas, além de manter suas outras funções de propiciar um bem-estar e assistir a vida das pessoas. Quando João o minerador troca ouro por bens, ele está empreendendo uma troca de alguma coisa por outra coisa (ao contrário de quando se imprime dinheiro sem lastro, que equivale a trocar alguma coisa por nada).

No caso do ouro, o minerador está trocando riqueza por riqueza.
Vejamos o que acontece se João aumentar a produção de ouro. Um dos atributos de se selecionar o ouro como meio de troca é que ele é relativamente escasso. Isso significa que, ao trocar um bem por ouro, o produtor desse bem espera que o seu poder de compra seja preservado com o tempo, por meio da retenção desse ouro.

Se, por alguma razão, houver um aumento grande e persistente na produção de ouro, o valor de troca do ouro estará sujeito a um persistente declínio em relação a outros bens, tudo o mais constante. À medida que a oferta de ouro começar a aumentar, sua função de meio de troca tenderá a diminuir, ao passo que sua demanda para outros usos tenderá a se manter ou a aumentar.

Portanto, nesse sentido, o aumento na produção de ouro irá aumentar o conjunto da riqueza real. (As pessoas podem até abandonar o ouro como meio de troca, mas ainda o considerarão útil para outras aplicações). Observe que o aumento na oferta de ouro não é um ato de fraude ou de apropriação indevida. O aumento na oferta de ouro não produz uma troca de nada por alguma coisa.

Compare tudo isso à impressão de recibos (cédulas) de ouro que não estejam lastreados 100% por ouro - ou seja, dinheiro criado do nada (exatamente como o banco central e o sistema bancário de reservas fracionárias fazem). Trata-se de um ato de fraude, que na verdade é o que a inflação é. Ela cria um cenário em que o consumo é feito sem qualquer contribuição ao conjunto da riqueza real. Certificados vazios, sem qualquer lastro, geram uma troca de nada por alguma coisa, que por sua vez leva aos ciclos de expansão e recessão.
Relembrando: no caso do aumento na oferta de ouro, nenhuma fraude é cometida.

O fornecedor de ouro - a mina de ouro - aumentou a produção de uma commodity útil. Logo, nesse sentido, não temos aqui uma troca de nada por alguma coisa. Consequentemente, também não teremos a aparição de bolhas. O produtor de riquezas, por ele ter produzido alguma coisa útil, poderá trocar isso por outros bens. Ele não precisará de dinheiro artificial para desviar riqueza real para ele. Tivesse ele simplesmente criado cédulas de papel - ou dinheiro eletrônico, no caso do sistema bancário - ele seria capaz de adquirir bens (riqueza real) sem ter de dar nada em troca.

Sob um padrão-ouro, um aumento na taxa de crescimento do dinheiro, que é o ouro, não gerará a aparição de bolhas - isto é, não haverá um boom econômico artificial. Uma queda na taxa de crescimento do dinheiro não desencadeará um declínio econômico - já que não houve a criação de bolhas que seriam destruídas por uma taxa menor de crescimento da oferta monetária.
Observe que é o desaparecimento de dinheiro - como ocorre quando o dinheiro é criado do nada - a maior causa de um declínio econômico. A injeção de dinheiro artificial gera a criação de bolhas, ao passo que o desaparecimento desse dinheiro destrói essas bolhas.

Sob um padrão-ouro genuíno, onde o ouro é a moeda e não há (ou há em termos mínimos) reservas fracionárias, isso não tem como ocorrer. Em um padrão ouro puro, sem um banco central, o dinheiro é o ouro. Consequentemente, sob um padrão-ouro, é improvável que o dinheiro desapareça, uma vez que o ouro não pode desaparecer a menos que seja fisicamente destruído.
Podemos assim concluir que o padrão-ouro, caso não sofra adulterações, não conduz a ciclos de expansão e recessão.

A solução mais simples: Ouro


Como J.P. Morgan memoravelmente disse ao Congresso americano em 1913, "apenas ouro é dinheiro, nada mais".  Morgan quis dizer que o ouro era incomparável e insuperável em sua eficácia como reserva de valor e meio de troca.

Dado que seu banco homônimo, em fevereiro passado, começou a aceitar barras de ouro como garantia para empréstimos, por que a tendência de retorno em ampla escala para o ouro deveria ser considerada apenas uma possibilidade remota?  Ao contrário, ela deveria ser esperada — no mínimo, simplesmente porque todas as outras moedas de papel estão fundamentalmente em estado desanimador.

Mercados são arranjos poderosos, e requerem um meio de troca confiável, honesto e seguro.  A exigência de uma moeda sólida e forte não é apenas filosófica; ela advém do próprio mercado.  Ao longo da história humana, mercadores e comerciantes sempre recorriam ao ouro e à prata perante o surgimento de novas moedas pretendentes.  O arranjo em que vivemos hoje não é o primeiro experimento da história com um sistema de dinheiro de papel, tampouco estamos vivendo a primeira desvalorização do dinheiro em larga escala. 

Com efeito, as lições da história já haviam sido apreendidas pelos pais fundadores dos Estados Unidos, os quais escreveram claramente na Constituição americana: "Nenhum estado deverá... tornar qualquer coisa que não seja moedas de ouro e prata em meio de pagamento forçado para a quitação de dívidas."

Embora sempre tenha existido a possibilidade de outra moeda de papel crescer a ponto de assumir o lugar o do dólar como moeda internacional de reserva, e assim dar continuidade a esse experimento irracional de dinheiro em contínua desvalorização, as circunstâncias específicas que predominam atualmente tornam cada vez menos provável que isso ocorra. 

Ao contrário: de minha perspectiva, vejo sinais de que o mundo está voltando para o ouro a uma velocidade atordoante.
Isso seria meramente um retorno à normalidade e traria muitas implicações positivas para a economia global.  É certamente um rumo que todos nós devemos acolher favoravelmente, e lucrar com isso.

Bancos lucram com o nacionalismo monetário


No futuro, os historiadores econômicos certamente irão rir de nós por termos aceitado viver sob um estranho, ilógico e ineficiente arranjo de vários e distintos papeis-moeda locais — e por termos ingenuamente acreditado que isso representava o ápice do capitalismo moderno.  
Hoje, cada governo quer ter sua própria moeda de papel, seu próprio banco central e gerir sua própria política monetária (é claro, com uma moeda fiduciária perfeitamente elástica).  Isto naturalmente representa um grande impedimento para o comércio internacional e para o livre fluxo de capital.

Se recebo um pagamento de uma pessoa que mora em outro país e quero utilizar esse dinheiro em meu país, tenho de fazer o câmbio da moeda.  E só posso fazer isso se encontrar alguém disposto a aceitar me dar moeda nacional em troca desta moeda estrangeira.  Tudo isso graças ao monopólio estatal da moeda e, principalmente, às leis de curso forçado. A existência de várias moedas distintas necessariamente reintroduz um aspecto de escambo parcial no comércio.  
A melhor, mais eficiente e mais capitalista solução seria o uso do mesmo meio de troca em todo o globo.  O padrão-ouro era um sistema monetário muito superior também neste aspecto.  Sair do padrão-ouro internacional para adotar um sistema de várias moedas de papel gerenciadas pelo estado foi um enorme regresso econômico.

Cem anos atrás, você podia pegar um trem de Londres a Moscou e utilizar o mesmo dinheiro (moedas de ouro) em toda a sua viagem.  Não havia necessidade de trocar de dinheiro em nenhum momento.  (Aliás, diga-se de passagem, você nem precisava de passaporte).

A noção de que a 'economia nacional' necessita de uma 'moeda nacional' sempre foi uma ficção, embora bastante lucrativa para os bancos que detêm as concessões das casas de câmbio.  Igualmente fictícia é a ideia de que a economia funciona melhor se a oferta monetária, as taxas de juros e as taxas de câmbio forem cuidadosamente manipuladas por burocratas locais (ficção esta que é altamente rentável para vários economistas que vivem desse sistema).  
No mundo atual, cada vez mais globalizado, tais ficções são totalmente insustentáveis.  O capitalismo transcende fronteiras, e o que ele necessita para prosperar é simplesmente de uma moeda sólida, apolítica e internacional.  Um dinheiro que seja uma ferramenta adequada para a cooperação e para a interação humana voluntária, e não simplesmente uma ferramenta para manobras políticas.

Os bancos se beneficiam deste atual segregação monetária.  Eles lucram com as inúmeras operações cambiais que ocorrem diariamente.  Já as empresas não-financeiras que operam internacionalmente são inevitavelmente forçadas a especular nos mercados de câmbio ou a pagar por custosas estratégias de hedge para se proteger de variações cambiais (de novo, pagando para os bancos).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Os benefícios de uma moeda estável


O que fortalece a população de um país é ter uma moeda previsível.  Isso faz com que os prognósticos de investimento sejam mais fáceis.  A preocupação das pessoas com relação às flutuações do valor da moeda é reduzida.  Mas é impossível obter uma moeda previsível em termos internacionais, pois os governos dos outros países estão continuamente manipulando suas moedas, quase sempre por meio da expansão da oferta monetária.  Em outras palavras, todos os bancos centrais estrangeiros inflacionam.  Sendo assim, uma moeda doméstica cuja oferta seja constante irá se apreciar continuamente em relação às moedas estrangeiras.  Isso significa que seu poder de compra irá aumentar continuamente.  Não haverá taxas de câmbio estáveis entre os países.

Se o Banco Central de um determinado país estivesse operando sob um padrão-ouro genuíno, ele não poderia inflacionar desmedidamente a moeda deste país.  O mesmo valeria para seu sistema bancário de reservas fracionárias.  Qualquer banco que expandisse o crédito enfrentaria uma corrida em seu estoque de moedas de ouro.  Suas reservas de ouro iriam se exaurir rapidamente.  Portanto, o temor de uma corrida bancária, na qual os correntistas apresentam seu dinheiro digital e exigem restituição em moedas de ouro, restringiria a expansão da oferta monetária.  Isso significa que a moeda deste país irá se apreciar em relação a todas as moedas estrangeiras que não estão restringidas por tal ameaça.  Isso significa que os cidadãos que residem na nação sob o padrão-ouro poderiam importar bens estrangeiros a preços decrescentes

A cada ano as importações estariam mais baratas.  Como consumidores, estes cidadãos seriam beneficiadas e seu padrão de vida aumentaria a cada ano.
Supondo que estas pessoas estão produzindo bens de valor, o que significa que elas estão adquirindo uma moeda denominada em ouro, seu patrimônio líquido está aumentando continuamente.  Por quê?  Porque, com a mesma quantidade de dinheiro, elas podem comprar quantidades cada vez maiores de bens importados.  Elas estão vivenciando aquilo que todos nós adoramos vivenciar: preços cada vez menores para os bens e serviços que desejamos comprar.

Dado que há uma quantidade muito maior de pessoas voltadas para o mercado doméstico do que para as exportações, uma política de moeda estável iria beneficiar aquelas pessoas que são mais produtivas, mais economicamente eficientes e que melhor atendem às demandas da população.  Estas conseguiriam obter um fluxo contínuo da moeda doméstica.  Seu custo de vida cairia ano após ano, de forma consistente, porque os bancos centrais estrangeiros estão inflacionando suas respectivas moedas.  O valor daquelas moedas em relação à moeda estável deste país cairia continuamente.

Logo, uma moeda estável traria um grande benefício para aqueles consumidores que vivem sob este padrão-ouro.  E estes consumidores formam a esmagadora maioria dos consumidores de um país.  Apenas uma relativamente pequena porcentagem dos empreendedores e trabalhadores de uma nação está no setor exportador da economia.  É por isso que a desvalorização da moeda nacional é um subsídio apenas para uma minoria de empresários e trabalhadores.  A vasta maioria dos residentes desta nação é prejudicada.  Ela é obrigada a pagar mais caro por bens importados por causa da política de seu Banco Central de inflacionar a oferta monetária a fim de manter a moeda nacional desvalorizada perante as outras moedas. 

Ao depreciarem sua própria moeda, os planejadores monetários estão prejudicando os interesses da grande maioria dos cidadãos desta nação.  O subsídio beneficia apenas uma minoria.  O fato de haver uma enorme quantidade de pessoas na maioria permite que sua riqueza seja espoliada por meio da inflação da oferta monetária, permitindo ao setor exportador ganhar receitas acima das de mercado ao exportar seus bens.  Uma minoria não pode subsidiar uma maioria.  Sempre tem de ser ao contrário.
Portanto, uma economia com uma moeda estável irá beneficiar a grande maioria de seus cidadãos, os quais poderão comprar a preços continuamente mais baixos. 
Essa verdade econômica irrita os defensores do mercantilismo.  Eles dizem que tal política é maléfica.  Eles estão convencidos de que ter um Banco Central depreciando continuamente a moeda como forma de subsidiar o setor exportador é algo extremamente benéfico para uma nação, e que a reduzida quantidade de bens e serviços que estarão disponíveis para os consumidores domésticos (tanto em decorrência das menores importações quanto pelo fato de mais produtos domésticos estarem sendo exportados) é algo sem nenhuma importância.

A vasta maioria dos cidadãos de qualquer país não faz a mais mínima ideia da relação entre expansão monetária e redução das importações.  Eles não entendem que estão sendo prejudicados pela política de depreciação monetária feita pelo seu governo.  Se eles entendessem de economia, iriam imediatamente exigir um padrão-ouro puro, e iriam prontamente se beneficiar do crescente valor internacional de sua moeda nacional.  Como iriam se beneficiar?  Podendo comprar uma quantia cada vez maior de bens estrangeiros a preços cada vez menores.
Infelizmente, são tão poucas as pessoas que entendem de lógica econômica, que este subsídio coercivamente extraído de uma maioria para uma minoria não é visto como um programa de transferência de riqueza dos mais pobres (consumidores comuns) para os mais ricos (barões do setor exportador).  Sempre que o governo de um país adota o mercantilismo — algo que ocorre a aproximadamente 100% do tempo —, ele o faz sabendo que praticamente ninguém compreende que aquela política prejudica a vasta maioria dos cidadãos e beneficia apenas uma minoria que está no setor exportador da economia.  Mais ainda: ele o faz sabendo inclusive que contará com o resoluto apoio da mídia e dos desinformados de plantão, que acreditam que um "setor exportador subsidiado fortalece a economia do país".
O mundo está hoje adotando políticas de depreciação monetária competitiva.  Se um país deprecia sua moeda, o outro quer depreciar mais. "Tudo pelos exportadores!" Isso irá prejudicar severamente a vasta maioria dos cidadãos de todas as nações.  Eles não poderão usufruir o benefício de ter uma moeda doméstica forte, algo que os permitiria importar mais bens estrangeiros.  Eles seriam capazes de adquirir os bens e serviços que quisessem, a preços continuamente declinantes, caso sua moeda nacional fosse baseada em um padrão-ouro.  
Caso desfrutassem de plena conversibilidade em ouro — isto é, caso pudessem ir a um banco para trocar dinheiro digital por moedas de ouro —, eles vivenciariam um padrão de vida crescente.  Mas como eles não entendem de economia, eles aceitam (e até aplaudem) as políticas mercantilistas de seu governo.  Eles aceitam que sua moeda seja depreciada e seu padrão de vida seja reduzido.  Eles aceitam ser roubados em prol da boa vida dos exportadores.  Eles gostam de ver seus bens sendo enviados para estrangeiros a troco de nada (apenas os exportadores ficam com as notas promissórias).

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

5 Mitos Sobre o Padrão Ouro

Mito Nº1: Não Existe Ouro Suficiente

 Eu acho espantoso que os economistas possam fazer afirmações como esta, porque é um princípio elementar de economia que se alguém aumentar o preço de uma mercadoria (commodity), existirá sempre quantidade suficiente dessa mercadoria (commodity). O que nós vimos na subida do preço do ouro é na realidade o preço crescente do ouro para reflectir a depreciação do dólar que ocorreu e que continua a ocorrer.
Posto de maneira simples, existirá sempre ouro suficiente desde que ninguém interfira com o mecanismo de livre mercado.
A 700 dólares por onça, o governo dos Estados Unidos tem reservas de ouro suficientes para cobrir o valor de todas as notas da reserva federal (o Fed) em circulação. Se nós fossemos estabelecer um padrão ouro através do procedimento que eu descrevi na minha proposta legislativa HR 7874, o mundo seria completamente informado da quantidade de ouro em posse do governo dos Estados Unidos e o preço do ouro poderia se ajustar adequadamente, de modo a que quando a redenção das nossas notas da reserva federal (o Fed) se iniciasse, o preço seria o preço de equilíbrio de mercado. Simplesmente, a afirmação de que não existe ouro suficiente é falsa. É uma tática para assustar usada pelos opositores do padrão ouro.

Mito Nº2: Um Padrão Ouro Permitira à Rússia e à África do Sul Manterem os Estados Unidos Reféns

 O segundo mito que deve ser questionado é de que a União Soviética e a África do Sul manteriam os Estados Unidos reféns se a América estabelecesse o padrão ouro. É verdade que a União Soviética e a África do Sul, porque possuem vastos depósitos de ouro, têm obtido bons rendimentos na última década. E no entanto, nós não estamos hoje em nenhum tipo de padrão ouro. São as políticas inflacionárias atuais dos governos mundiais que têm ajudado a criar estes rendimentos. Em vez de dar rendimentos para a União Soviética ou para a África do Sul, nós deveríamos instituir o padrão ouro.

A estabilização do nosso sistema monetário – e provavelmente do sistema monetário mundial, se o mundo nos seguisse – retiraria qualquer prémio especulativo que a União Soviética e a África do Sul recebem presentemente. Nós observaríamos uma estabilização mundial do preço do ouro e o fim da inflação por todo o mundo. Nessas condições, tanto a União Soviética como a África do Sul não estariam mais numa posição de receber rendimentos excessivos.

Durante os primeiros meses deste ano, a União Soviética tem privado o mercado de ouro internacional de parte do seu ouro. Rumores recentes afirmam que eles venderam centenas de toneladas à Arábia Saudita com um prémio sobre o preço de mercado. Independentemente  deste rumor ser verdade ou não, é fácil de constatar os problemas inflacionários  que nos afligem a nós e ao resto do mundo criam as condições para a Rússia e a África do Sul obterem vastos benefícios econômicos. A inflação atual provoca medo e pânico entre a população mundial.

Se nós instituíssemos um sistema monetário sólido (sound money) – com moeda padrão 100 por cento ouro – o medo e o pânico seriam eliminados. Não haveria nenhum prêmio a ser obtido pela União Soviética e pela África do Sul, e eles não receberiam nenhuma fortuna exagerada pela venda das suas barras e das suas moedas. Nem tão pouco a Rússia ou a África do Sul poderiam manter os Estados Unidos reféns.

As reservas de ouro dos Estados Unidos são imensas, mas independentemente do seu tamanho, é extremamente difícil compreender como é que a Rússia e a África do Sul, quer restringindo a produção ou através do dumping de ouro, poderiam afetar seriamente os Estados Unidos. Quando nós atingirmos completamente o padrão ouro e a nossa unidade contabilística for um peso em ouro, como eu indiquei na minha proposta legislativa HR 7874, toda a produção mundial de ouro durante um ano não influenciaria significativamente o valor desse peso em ouro.

 Mito Nº3: O Ouro Provoca Depressões

 O terceiro mito é que “um regresso ao padrão ouro provocaria uma depressão”. Ora bem, esta afirmação é uma meia-verdade, porque se nós instituirmos impropriamente o padrão ouro, então de fato poderíamos ter uma depressão. Depois da primeira guerra mundial, o governo da Grã-Bretanha regressou ao padrão ouro mas de forma deflacionária. A Grã-Bretanha restabeleceu a ligação que existia entre a libra e o ouro, anterior à primeira guerra mundial, sem considerar o aumento na quantidade de libras que ocorreu durante a guerra num período em que a Grã-Bretanha estava fora do padrão ouro.
O resultado foi uma pequena depressão, porque os especialistas políticos ignoraram completamente os estragos que tinham sido provocados pelas suas políticas durante a guerra.
Se nós instituíssemos um padrão ouro, nós poderíamos perseguir um curso que não resultaria em deflação e não provocaria uma depressão. Nós poderíamos redimir ao preço de mercado durante o período de um ano, as notas que nós imprimimos e depois cessar a redenção, permitindo que as moedas de ouro que fossem postas em circulação funcionassem como o nosso dinheiro.

Se não nos comprometermos com estas coisas todas, mesmo o estabelecimento de um padrão 100 por cento ouro não conseguiria travar a nossa descida para o caos econômico. Nós temos que reduzir o governo federal para o seu tamanho constitucional, e um padrão ouro total é parte desse processo. A constituição proíbe explicitamente qualquer governo estatal, e implicitamente o governo federal, de definir o ouro ou a prata como moeda corrente (legal tender) no pagamento de dívida.

 Mito Nº 4: O Ouro Provoca Inflação

 O quarto mito sobre o padrão ouro, é que “ele provoca inflação”. Opositores do padrão ouro referem que a quantidade de ouro aumenta anualmente cerca de dois a três por cento, e como tal, um aumento da quantidade resultaria em inflação em qualquer país que adote o padrão ouro.
Eu não quero questionar a afirmação de que a quantidade de ouro mundial aumenta dois a três por cento por ano. Por uma questão de argumentação, eu aceito este fato como verdadeiro. O resultado deste aumento seria que os preços poderiam estabilizar ou descer.
É útil neste aspecto analisar o comportamento dos preços durante a nossa história. Durante a maior parte do século XIX nós tivemos um padrão ouro imperfeito. Nos 67 anos anteriores à criação da reserva federal (o Fed) em 1913, o índice de preços no consumidor (CPI) aumentou 10 por cento, e nos 67 anos posteriores a 1913, o índice de preços no consumidor aumentou 625 por cento. O aumento acelerou desde 1971 quando o presidente Nixon cortou a última ligação ao ouro fechando a janela de ouro (gold window).

Em 1833 o índice de preços de venda de mercadorias (commodities) nos Estados Unidos era de 75,3. Em 1933, imediatamente antes do abandono do padrão ouro, o índice de preços de venda de mercadorias era de 76,2: um aumento de 0,9 por cento em cem anos. Hoje (1981), o índice é de 612,3. Durante cem anos do padrão ouro, os preços de venda aumentaram 0,9 por cento. Nos últimos 45 anos de moeda-papel, eles aumentaram 536%.
O índice de preços de venda de mercadorias realça a estabilidade destes preços durante todo o século XIX. A estabilidade foi quebrada primeiro durante a guerra civil – o período das notas de dólar – depois na primeira guerra mundial, e mais uma vez na segunda guerra mundial, e com a inflação que persistiu desde a dessa guerra.
Em vez de causar inflação, o padrão ouro historicamente tem sido um bastão contra a inflação. É o dinheiro manipulado politicamente tal como existe desde 1934 que provoca a inflação.

As pessoas hoje habituaram-se a que os preços subam continuamente e nós observamos o início de uma psicologia de hiperinflação a estabelecer-se. Se nós quisermos evitar as consequências horríveis de tal psicologia, nós temos que tomar medidas drásticas e oferecer ao nosso país um sistema historicamente comprovado, um padrão de moeda ouro completo.

Mito Nº 5: O Ouro Seria Especulativo


O último mito sobre o padrão de moeda ouro que eu gostava de endereçar é a noção de que tal padrão seria sujeito a influências especulativas indesejáveis.
Esta afirmação foi feita recentemente numa carta enviada pela reserva federal (o Fed) ao presidente da do comitê bancário do senado William Proxmire. A carta argumentava que, uma vez que o ouro é uma mercadoria (commodity) usada em joalharia e na indústria, é sujeito a influências especulativas indesejáveis no estabelecimento de um sistema monetário estável.
Eu acho este argumento espantoso, porque é precisamente por ser uma mercadoria (commodity) que não está sujeita à manipulação burocrática de Washington ou Londres, que a tora desejável. Se alguém quiser falar de influências especulativas indesejáveis, só é preciso olhar para a especulação que ocorre diariamente em relação ao dólar.

Um padrão ouro eliminaria toda a especulação relativa a motivações políticas das autoridades monetárias na governação da massa monetária. A grande virtude do padrão ouro é que remove os poderes discricionários de qualquer agência sobre a massa monetária, acabando assim com a maior fonte fértil de especulação. Um padrão ouro coloca o poder do sistema monetário nas mãos das pessoas e retira-o dos políticos e banqueiros, removendo assim um meio potencial para o estabelecimento de uma tirania.
O ouro não pode ser produzido de forma tão barata como as notas da reserva federal podem ser impressas. Nem a sua quantidade pode ser manipulada numa base diária. Existe uma grande dispersão de poder num sistema de padrão ouro. Esta é a força do sistema, porque permite que as pessoas verifiquem qualquer excesso monetário dos seus governantes, e não permite que os governantes explorem as pessoas através da desvalorização da moeda.

A carta da reserva federal enviada a William Proxmire terminava com um apelo a mais fé no sistema e nas suas boas intenções. Durante mais de 60 anos, os cidadãos americanos tem exercido essa fé e eles têm sofrido a maior depressão e a maior inflação da sua história. Deixemos de ouvir sobre fé nos homens, mas restrinjamos os governos com as correntes de um sistema monetário honesto – o padrão ouro completo.
No Coinage Act de 1792, os fundadores (Founders) estabeleceram a pena de morte para qualquer funcionário governamental que desvalorizasse a moeda. Dá que pensar se essa pena fosse aplicada hoje, quantos membros do Federal Open Market Committee (FOMC) sobreviveriam um mês.

Ouro: O Padrão de Medida


No seu texto “Tratado Sobre a Reforma Monetária” publicado em 1923, o pai da idade da inflação, John Maynard Keynes, escreveu: “O capitalismo individualista de hoje… presume um padrão de medida de valor estável. Ele não pode ser eficiente – talvez não possa existir – sem um.”
O Sr. Keynes estava correto. Sem um padrão de medida de valor, tal como uma moeda baseada no padrão ouro, o capitalismo e a liberdade não conseguem sobreviver. Se não formos vigilantes, nós vamos evoluir para uma espécie de fascismo que resultou da grande inflação Alemã a seguir à primeira guerra mundial.
A escolha que temos que fazer é simples: deveremos ter uma moeda baseada no padrão ouro e liberdade política ou devemos ter moeda-papel e tirania política?